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Carpe diem



PRIORIDADE pra mim sempre vai ser a felicidade e a diversão. Mas nem por isso é o que eu sempre vou escolher. Claro que a gente deve sempre agir certo, mas a gente às vezes faz o que quer e às vezes faz o que tem que fazer. Uma prioridade é a minha família, mas eu tô aqui longe dela, estudando e me esforçando. Não porque eu quero, porque eu queria estar agora comendo as sopinhas gostosas de painho, ganhando cafuné de mainha e rindo das palhaçadas das minhas irmãs. Mas é porque é o que eu tenho que fazer.
Minha prioridade é a diversão, é sair com os amigos, é ouvir música. Mas se eu tenho que, em vez disso, ficar em casa e fazer um trabalho, é o que eu vou fazer. Mas nada vai fazer meu coração endurecer do jeito que os das pessoas estão, e NADA vai ser mais importante do que as "besteiras" que a gente faz em busca de alegria, sorriso e diversão. A gente só tem uma vida. Vamos sorrir mais, vamos deixar de tanta frescura, de tanta picuinha, de tanta conversa sem sentido e ir em busca de algo novo todo dia. Vamos provocar o brilho nos olhos de alguém, vamos em busca de uma história pra contar. Vamos falar mais besteira, cantar músicas de mal gosto e rir sem motivo. Isso é mais importante do que dinheiro e do que muitas coisas, se a gente pensar bem.

Porque ninguém é feliz por repetir a rotina todo dia que nem um gravador. Porque se assim for, a vida vai passar e vai ser como se nada tivesse valido a pena.

Dust in the wind



Às vezes eu paro e penso em pessoas, amigos que eu amo muito e que estão cada vez mais distantes. Não só por falta de esforço de ambas as partes, mas por conta do destino mesmo. Por mais que eu tente, por mais que eu não queira e nade contra a corrente, no fim eu vou ter que deixar levar e aceitar. Porque ninguém tapa o sol com a peneira e nem para a correnteza com as mãos. Não adianta forçar.

Só espero que as pessoas que o tempo for levando de mim, levem consigo o tanto de memória de mim quanto o que eu tenho de amor por elas.

E eu vou sofrer, sim, eu tenho mania de ser besta por quem não merece. Mas eu não ajo e nunca vou agir esperando reciprocidade. É isso que torna o sentimento puro, o resto é egoísmo.

A house is not a home


Pra ler ouvindo...

Toda vez que eu volto pra casa e o ônibus vai entrando na cidade, eu já começo a ficar feliz lembrando de tudo que já aconteceu por aqui. E é uma nostalgia quase melancólica, não vou mentir...
Sigo pra loja do meu pai arrastando minhas coisas (as mochilas são sempre maiores que eu) e ali decido se parto pra casa do meu pai, da minha mãe ou se dou uma fugidinha pra procurar algum amigo pelo centro – SIM, é muito fácil encontrar gente conhecida vagabundando por ali. Claro que sempre que tenho um trocado passo na lojinha de milk shake do Grande Hotel e compro um de Morangurte <3
O fato é que, no começo, chegar em casa pra mim era quase um alívio. Falem o que quiser, mas Caruaru é o meu lugar. Não vou e nem quero sair daqui. Nada aqui é grande demais ou pequeno demais – tudo na medida certa. Eu me sentia tão a vontade que na hora de voltar pra Recife eu SEMPRE chorava. E nunca dava tempo de fazer tudo que eu planejava e de ver todo mundo que eu queria. E o desconhecido é desconfortável, indiscutivelmente.
Toda vez que eu chego aqui algo está diferente. Não só na cidade, na minha casa também. Ontem mesmo eu não sabia mais onde meu pai guardava o café. Pra complicar ainda mais tem meu vai-e-vem entre a casa do meu pai e a da minha mãe. Acabou que o “aconchego” que eu sentia aqui foi diminuindo aos poucos. Tanto é que eu gosto de chegar em Recife, ajeitar minhas coisas e ficar no meu cantinho. Claro que é minha casa, e que eu sempre vou me sentir mais amada aqui do que em Recife. Mas acho que o tempo foi deslocando isso aos poucos – as coisas vão ficando diferentes, os amigos vão se afastando e eu vou mudando também. Acho que isso é o que chamam de ganhar independência.
E no fim eu tenho várias casas – Recife, Caruaru, Maceió. Mas lar mesmo é no meu interior. E sempre vai ser.

Desabafo

Eu digo que não tenho paciência. Mentira. Eu tenho toda a paciência do mundo. Minha raiva não explode - implode. E eu me magoo e remoo sozinha pra não suportar a culpa de magoar outra pessoa, por mais que ela mereça. Não que eu não mereça também.
Mereço principalmente pelo fato de achar que porque eu engulo minha raiva, as pessoas vão engolir também. Achar que porque eu perdoo fácil, as pessoas vão me perdoar. Achar que porque eu faço questão de continuar bem, as pessoas farão. Achar que porque eu, mesmo chateada, trato as pessoas bem sem falsidade, elas vão me tratar também.
Não faço questão da companhia de ninguém. Fica ao meu lado quem quer estar. Ainda que eu goste da pessoa - eu prefiro que ela esteja satisfeita longe de mim do que fingindo satisfação perto.