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A house is not a home


Pra ler ouvindo...

Toda vez que eu volto pra casa e o ônibus vai entrando na cidade, eu já começo a ficar feliz lembrando de tudo que já aconteceu por aqui. E é uma nostalgia quase melancólica, não vou mentir...
Sigo pra loja do meu pai arrastando minhas coisas (as mochilas são sempre maiores que eu) e ali decido se parto pra casa do meu pai, da minha mãe ou se dou uma fugidinha pra procurar algum amigo pelo centro – SIM, é muito fácil encontrar gente conhecida vagabundando por ali. Claro que sempre que tenho um trocado passo na lojinha de milk shake do Grande Hotel e compro um de Morangurte <3
O fato é que, no começo, chegar em casa pra mim era quase um alívio. Falem o que quiser, mas Caruaru é o meu lugar. Não vou e nem quero sair daqui. Nada aqui é grande demais ou pequeno demais – tudo na medida certa. Eu me sentia tão a vontade que na hora de voltar pra Recife eu SEMPRE chorava. E nunca dava tempo de fazer tudo que eu planejava e de ver todo mundo que eu queria. E o desconhecido é desconfortável, indiscutivelmente.
Toda vez que eu chego aqui algo está diferente. Não só na cidade, na minha casa também. Ontem mesmo eu não sabia mais onde meu pai guardava o café. Pra complicar ainda mais tem meu vai-e-vem entre a casa do meu pai e a da minha mãe. Acabou que o “aconchego” que eu sentia aqui foi diminuindo aos poucos. Tanto é que eu gosto de chegar em Recife, ajeitar minhas coisas e ficar no meu cantinho. Claro que é minha casa, e que eu sempre vou me sentir mais amada aqui do que em Recife. Mas acho que o tempo foi deslocando isso aos poucos – as coisas vão ficando diferentes, os amigos vão se afastando e eu vou mudando também. Acho que isso é o que chamam de ganhar independência.
E no fim eu tenho várias casas – Recife, Caruaru, Maceió. Mas lar mesmo é no meu interior. E sempre vai ser.

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